Etarismo: o impacto causado na vida dos idosos

O etarismo define-se como qualquer tipo de preconceito, intolerância ou discriminação contra pessoas mais velhas. Estima-se que uma em cada duas pessoas, em nível mundial, pratiquem atitudes discriminatórias, fazendo com que a saúde física e mental dos idosos seja abalada. 

Em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS), entrevistou cerca de 83 mil pessoas em 57 países. Os resultados da pesquisa mostram que 60% do grupo entrevistado, tem uma visão negativa sobre o envelhecimento. 

O etarismo, muitas vezes é praticado de forma camuflada, com “brincadeiras” desagradáveis, como “você não tem mais idade pra isso”, “nossa, você é tão bonita que não aparenta ter essa idade”, entre várias outras frases constrangedoras e desconfortáveis.

A American Psychological Association destaca que o etarismo deve ser tratado da mesma forma que a discriminação em gênero, etnia ou orientação sexual, por exemplo. A organização cita que aumentar a consciência pública sobre os problemas que podem ser criados, a partir desse preconceito, pode ser de grande ajuda para o combate desse mal. 

O preconceito relacionado ao etarismo pode causar perda auditiva, diminuição da vontade de viver, menor participação em atividades preventivas, menor percepção de saúde funcional, recuperação insuficiente após infartos e até mesmo redução na expectativa de vida. 

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O etarismo durante a pandemia 

Especialistas reforçam que o etarismo aumentou ainda na pandemia. Muitas pessoas ainda têm a ignorância de dizer que o covid-19 é um vírus que mata apenas os idosos, o que automaticamente deixa pessoas acima de 60 anos mais inseguras e fragilizadas mentalmente. 

A especialista consultada pelo VivaBem, Ana Laura Medeiros, geriatra do Hospital Universitário Lauro Wanderley da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), reforça que já ouviu pessoas dizendo que a sobrecarga no sistema de saúde pública, estava acontecendo por culpa dos idosos. Em alguns lugares chegaram a discutir se realmente havia necessidade de ventilação mecânica para as pessoas acima de 80 anos, como se a vida dessas pessoas não tivessem o mesmo valor que uma pessoa de 30 anos, por exemplo.  

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Como combater o preconceito causado pelo etarismo

A melhor forma de combater o etarismo é oferecer qualificação a essa população, gerar emprego, valorizar a experiência e o conhecimento. Assim, como muitas empresas optam pela inclusão, esse pode ser um grande diferencial unindo experiências, diferentes olhares e percepções entre idades distintas e até mesmo gerar soluções com ideias inovadoras e criativas.

O etarismo não se trata apenas de uma questão social, envolvendo políticas públicas, necessita também o posicionamento da população, pois afinal, esse é o futuro de toda a sociedade. Assegurar o bem-estar de pessoas idosas, é garantir o seu futuro, por isso o envelhecimento deve ser tratado como algo positivo e importante. 

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